domingo, 10 de outubro de 2010

Claudia Costa, professora, poetisa e formadora educacional do Projovem Urbano de Itabuna pela Abará, teve seu poema Rio Almada premiado em primeiro lugar em Salvador no concurso do Sindicato dos Bancários.

RIO ALMADA

Ele nasce em Almadina, Menina!

Dizem que vem das almas. Que nada! Sei que passa por aqui. Grita Coaraci.

Ele diz: Surgi pela minha estrada. Rasgando alvorada, banhando multidões.

Quando penso nesse rio. Rio... rio... rio... Falo e sorrio, agora é desafio.

Sua água tá que nem fio, tá da cor de nada.

Ai que vontade de salvar o Rio Almada! Que banha a meninada em dias de sol, em dias de cheia, que nem lua tomando a rua dias que em memória Vagueia...

Quantos corpus tu levaste! Não por maldade. Os incrédulos, os aventureiros.

Os poetas e os loucos. Sem pensar jogavam-se em ti, jogavam-se sem saber te navegar.

De pedra em pedra pulavam, tuas águas por elas rolavam debaixo das pontes

quais espumas flutuantes em poesias já citadas.

Oh! Rio Almada, falo agora da saudade que por ora nos invade o coração e a alma.

Responde lindo. Almada! Nossos filhos te procuram, não nos deixe a mentir,

a contar teu volume em teu leito prateado, azul escuro, amarronzado.

Não nos deixe sofrer. Volta a nossas vidas. Forte e limpo como Deus o criaste.

Mostra tua força, teu âmago. Abraça teus peixes. Teus seixos, tuas jibóias

jararacas, tuas vidas mil impensadas por nós.

Mãe de criaturas lindas e obscuras, das lendas. Iaras e Sacis

Que corriam a banhar-se em ti

Oh! Rio Almada. Volta aos mapas da região, exalta teu lindo nome.

Eu já tive medo dele...

Hoje, morremos

Sem ti, nos afogamos na tua ausência.

Banha-nos a todos: meninos, velhos, moços, crianças, cutias, juparás, tatus e gambás.

Abre teus braços, recebe tuas lavadeiras, esteriliza nossas vestes em dias de sol.

Volta, velho Almada!

Corre no teu leito,

ainda deve ter jeito

Criança!

Volta a crescer,

meu Almada.

Faz valer

essa Almadina

esperança

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